domingo, março 16, 2014

Notas de bolso, caderno azul: o fim

Pensei bem.
Hoje não. Talvez nunca.
Mas nunca também não diria.
O nunca é demasiado extenso.
O nunca é como um poço sem fundo, onde caímos com esperança de bater no fundo.
Nunca batemos.
Temos demasiado pouco tempo para palavras como "nunca".
Tudo é demasiado complexo para palavras como "nunca".
O meu "nunca" é um talvez.
O meu "nunca" tem data.
Um dia.
O meu "nunca" não é um poço sem fundo.
O meu "nunca" vai ter uma história, que poderei contar aos meus sem nunca dizer "nunca",
Nem tal faria sentido, um "nunca" que aconteceu.

E o que será que aconteceu?
O que será que aconteceu no meu "nunca"?

Acho que não temos tempo para isto.
Fique anotado que afirmei, veemente, que acho que não temos tempo suficiente para isto.
E vejamos como desperdiço esse tempo em não fazer nada de concreto,
Concordando e corroborando ao mesmo tempo a anterior oração, a tal do não temos tempo,
Sendo que cada vez teremos menos.
E menos.
E menos.
E menos.

Talvez, no fim, o sol.

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